terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A MITOLOGIA ASTORONÔMICA DE CENTAURO



A constelação de Centauro é uma das maiores constelações do hemisfério celestial sul  com um asterisma claramente visível. Os pés desta constelação são formados por duas estrelas brilhantes: Alpha e Beta Centauri, também conhecidas pelos nomes árabes de Wazn e Hadar. Alpha Centauri é melhor conhecida como "Rigil Kentaurus", ou como o pé de Centauro. É um sistema triplo, como três estrelas que são as mais próximas do Sol.
Alpha1 e Alpha2 formam um binário. Ficam a 4393 anos-luz e são aproximadamente do tamanho do Sol. A estrela mais próxima do Sistema Solar é na realidade Alphac, conhecida como Proxima Centauri. É uma anã-vermelha com uma magnitude visual de 11,01 e uma distância de 4221 anos-luz. Esta estrela possui um diâmetro de 65000 km, cinco vezes o tamanho da Terra. Fica a uma grande distância das outras duas e o período orbital estima-se em centenas de milhares de anos.
As constelações vizinhas são Hydra, Antlia, Vela, Carina, Musca, Circinus e Lupus.
A história desta constelação encontra-se associada aos trabalhos de Hércules. Os centauros eram metade homens, metade cavalos, que descendiam de Ixior (nuvem formada por Zeus). Estes aparecem frequentemente na mitologia grega.


A  HISTÓRIA

Os centauros eram seres fantásticos, meio homens, meio cavalos, que habitavam as regiões próximas às montanhas e às florestas. Eles reuniam em si as características racionais dos seres humanos e as paixões inferiores, mas também alguns valores importantes dos cavalos, do ponto de vista da mitologia grega.
Dizem as lendas que seu ancestral era Ixion, soberano dos lápitas, que viviam nas redondezas dos montes Pélion e Ossa, na Tessália. Eles eram socializados, mas eventualmente revelavam-se indomáveis e muito violentos. Ixion, o primeiro homem a liquidar um familiar, pertencia à linhagem de Peneu, o deus-rio, mas também podia ser integrante de outro ramo genealógico, o de Sísifo, de acordo com outra tradição cultural.
Conta-se que Ixion foi condenado por crimes terríveis e perdoado por Zeus em um momento de extremo bom-humor. Acolhido no reino dos deuses, o criminoso revelou sua mais completa ingratidão ao cortejar Hera, esposa de seu benfeitor. Ainda em seus melhores momentos, o deus dos deuses gera uma nuvem com o formato da deusa, confere-lhe a existência e se distrai vendo seu rival desonrar a falsa Hera. Mas Ixion vai além e se orgulha diante de todos por ter alcançado seus objetivos escusos com a companheira de Zeus. É quando o condescendente deus esgota sua capacidade de tolerância e atira o infeliz no Hades – o qual corresponde ao inferno na visão mitológica -, fixo em uma roda que para sempre arderia em chamas.
Desta ligação entre Ixion e a suposta Hera foi concebido um ser misto, meio homem e meio cavalo, o qual foi batizado como Centauro ou Kentauros, que depois daria origem a uma descendência assim caracterizada. Destes seres, apenas Quíron e Folo fogem ao estereótipo colérico de seus semelhantes. O primeiro foi fruto da união entre Cronos e Filira, filha do Oceano; o segundo provinha do relacionamento entre Sileno e a ninfa Melos. Portanto, nenhum dos dois era descendente de Ixion, resguardando-se assim de sua truculência.
Quiron foi celebrizado pela sua dedicação à arte de curar. Ele era extremamente devotado à Humanidade, à prática do bem e da justiça. Alguns estudiosos afirmam que sua mãe se desgostou tanto por ter produzido uma criatura aparentemente monstruosa, que teria implorado aos deuses que a mantivessem à distância dessa provação, sendo assim convertida em tília, uma árvore que produz folhas e flores medicinais. Outros insistem que a figura materna teria permanecido ao lado de seu filho em uma caverna, assessorando-o na formação de diversos jovens guerreiros.
Ao crescer, Quiron teria acompanhado a deusa Diana em suas aventuras de caça. Assim ele teria conquistado o domínio de várias disciplinas, entre elas a botânica, astronomia, medicina e cirurgia. Ele se tornaria hábil na Medicina, transferindo depois suas técnicas a vários heróis gregos. Amigo de Hércules, ele foi acidentalmente atingido pelo companheiro, o que gerou um ferimento incurável. Desesperado com a dor, ele implora para se tornar um mortal, presenteando Prometeu com sua imortalidade. Mas é imortalizado de outra maneira, pois Zeus, em sua homenagem, o representa na esfera celestial com a Constelação de Sagitário.
Outro centauro morto sem querer por Hércules foi Folo, seu grande amigo. Ao receber uma visita do herói, ele se alegra tanto que decide abrir uma garrafa de vinho para comemorar. Outros centauros, atraídos pelo aroma da bebida, invadem a casa onde eles se encontram e são alvejados pelo guerreiro que, em sua ânsia de vencê-los, acerta acidentalmente Folo, que não resiste e morre.
Os centauros são conhecidos também por sua famosa participação no confronto com os Lápitas. O monarca de Pisa, Enomau, teria convidado alguns destes seres para o matrimônio de sua filha, a quem o pai destinara ao adversário que o vencesse em uma corrida de carros. Após eliminar vários de seus rivais, ele foi enganado por Piritos, que finalmente derrotou o sogro depois de Mirtilo, o cocheiro, ter arruinado as rodas do carro do rei.
Durante a festa, o centauro Erítion bebe em demasia, tenta violar a noiva, no que é imitado por seus companheiros, dando início a uma terrível luta contra os homens. Os centauros remanescentes fogem então da Tessália. Muitos escritores da Antiguidade narraram este episódio sob a forma de poesia épica; vários artistas o retrataram em obras de arte concebidas para adornar os templos gregos.

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