sábado, 12 de janeiro de 2013

OBSERVAÇÕES DO HERSCHEL MOSTRAM A PRIMEIRA IMAGEM CORRIGIDA DO APOPHIS


Apophis, asteroide, Ameaça, cientistas, NASA
O asteroide Apophis se aproximou da Terra e permitiu verificar que era maior e mais escuro do que se previa. Apesar de, segundo as informações disponíveis, o asteroide não parece representar um perigo para a Terra nas próximas décadas, mas ele continua a despertar o interesse dos cientistas como objeto de estudo.
Talvez até de interação. O Apophis se tornará no primeiro "campo de treino" para a criação de tecnologia de interação com os asteroides?
Tendo passado a uma distância de 14,5 milhões de km da Terra,  Apophis ficou um pouco melhor conhecido pelos cientistas. Com a ajuda do observatório espacial de infravermelhos Herschel da Agência Espacial Europeia (ESA), foram corrigidas as suas dimensões e a sua capacidade refletora.
O diâmetro desse corpo celeste é afinal um pouco maior do que era estimado: 325 metros com  uns 15 metros a mais. A capacidade refletora, pelo contrário, baixou: de 0,33 para 0,23 (o que significa que a superfície do asteroide absorve 77% da luz que o atinge refletindo apenas 23%).
O Herschel observou o asteroide durante relativamente pouco tempo, apenas duas horas antes da sua maior aproximação à Terra. Os especialistas da ESA se orgulham do trabalho do telescópio que conseguiu estudar bastante bem um objeto que se deslocava tão rápido.
 Agora, o Apophis está se afastando gradualmente do nosso planeta para regressar de novo em 2029 e depois em 2036. Apesar de no primeiro caso a Terra não estar ameaçada, se espera que a órbita do asteroide pudesse alterar um pouco devido à atração gravitacional do nosso planeta. Isso poderá influenciar com encontro de 2036 com o asteroide. Por enquanto, porém, a probabilidade de uma colisão com o asteroide é avaliada como desprezível.
As observações do Herschel,  não podem, contudo, ser consideradas como infrutíferas: a determinação das dimensões e das órbitas dos asteroides, mesmo que nenhum deles ameacem a Terra, é importante do ponto de vista tanto da ciência planetária como da mecânica celeste. Por enquanto, a luta com as ameaças cósmicas representadas pelos asteroides e cometas se limita ao estudo meticuloso das suas órbitas.
A esmagadora maioria desses corpos celestes, depois das suas rigorosas medições, é transferida para a categoria dos inofensivos. Mesmo o Apophis está marcado na Escala de Turim das ameaças cósmicas, apresentada no site do programa de observação de objetos próximos da Terra (NEO) da NASA, com a cor branca: a probabilidade de um impacto é "zero" ou desprezivelmente pequena. Com a cor verde, que significa que o objeto irá passar bastante perto da Terra, mas que o impacto é muito pouco provável, no site está marcado apenas um objeto. Se trata do asteroide 2007 VK184 com um diâmetro de 130 m que, previsivelmente, irá passar a 0,75 diâmetros da Terra em 2048.
Quanto ao Apophis, apesar da sua relativa segurança, ele continua a ser visto como um objeto cômodo para treinar um "contra-ataque". Os planos para o futuro da Agência Espacial Federal, nomeadamente, previam o envio de uma estação automática para o asteroide que iria colocar uma rádio baliza na sua superfície. Os seus sinais poderiam permitir a monitorização das alterações à sua órbita com uma grande precisão. Outra possibilidade era obrigar o asteroide a alterar a sua órbita sob ação de outro asteroide, mais pequeno, que seria enviado para a trajetória de colisão com a ajuda de um aparelho "motor" espacial.
Esse método está a ser estudado teoricamente num laboratório criado no Instituto de Eletrônica e Matemática de Moscou sob direção do cientista estadunidense David Dunham.
Temos ou não que nos preparar para um encontro com um asteroide? A resposta depende do que uma expedição dessa natureza nos pode dar.
Até agora, as espaçonaves apenas se aproximavam ou colidiam com corpos pequenos. Neste momento, a ideia é tentar controlar o corpo desses. No laboratório de David Dunham em Moscou também estão a ser estudados outros métodos de "comunicação" com os asteroides, como por exemplo a sua deslocação para a órbita da Terra. Esses objetivos são interessantes por serem tecnicamente complexos. Mas é mais correto vê-los no contexto do desenvolvimento das capacidades humanas no Universo e não de uma luta contra ameaças vindas do espaço.

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