sexta-feira, 17 de novembro de 2017

ESTRANHO OBJETO INTERESTELAR OBSERVADO NO SISTEMA SOLAR

objeto interestelar A-2017-U1
Objeto interestelar A-2017-U1 O primeiro de muitos que serão detectados no futuro?
Um visitante interestelar inesperado parece ter passado bem aqui perto, no nosso Sistema Solar, e essa pode ser a primeira vez que detectamos algo assim.
"Esperamos décadas para esse dia chegar", disse Paul Chodas, gerente do Programa NEO (que monitora Objetos Próximos da Terra) da NASA. "Há muito tempo se falava que cometas e asteroides poderiam se mover entre duas estrelas, e ocasionalmente passar pelo Sistema Solar, mas essa é a primeira vez que detectamos. Até agora, tudo indica que trata-se de um objeto interestelar, mas são necessários mais dados para confirmar isso."
O objeto intitulado A/2017 U1, foi detectado em 19 de outubro por pesquisadores utilizando o observatório Pan-STARRS, no Havaí. E ele está numa velocidade altíssima, a cerca de 92.000 km/h. Astrônomos ao redor do globo estão rapidamente apontando seus telescópios para a estranha rocha espacial. Assim que os dados forem analisados, poderemos, quem sabe, descobrir um pouco mais sobre sua origem, e até sua composição.
Abaixo, podemos ver uma ilustração do nosso Sistema Solar e as órbitas dos planetas junto com a órbita do mais novo visitante:
Orbita objeto A-2017-U1 - Brooks Bays SOEST Publication Services - UH Institute for Astronomy
Orbita objeto A-2017-U1 - Brooks Bays SOEST Publication Services - UH Institute for Astronomy
Orbita do objeto A/2017 U1 durante sua passagem pelo Sistema Solar.
Créditos: Brooks Bays SOEST Publication Services / UH Institute for Astronomy
A/2017 U1 tem cerca de 400 metros de diâmetro, e de acordo com os pesquisadores, sua órbita hiperbólica é o que mais chamou a atenção. A sublimação de um cometa, ou a liberação de gases pode desviá-lo de sua rota principal, mas esse não parece ser o caso. Algumas teorias foram sugeridas, porém, a mais plausível é de que isso veio de outro sistema estelar.
Ainda não está claro o que é esse estranho nômade. Quando descoberto, os pesquisadores acreditaram que A/2017 U1 era um cometa, e por isso ganhou o nome de C/2017 U1. Mas nenhuma evidência de liberação de gases ou de uma coma (pequena atmosfera cometária) foi encontrada. Portanto, ele voltou a ser designado como um "asteroide". Mas será mesmo?
Matthew Holman, diretor do Minor Planet Center em Massachussets (organização responsável pela coleta de dados de asteroides e cometas no Sistema Solar) ainda suspeita que A/2017 U1 é composto majoritariamente por gelo e não por rochas. Isso se deve ao fato de que, um objeto que é arremessado de um sistema para outro é mais provável ser um daqueles que se formou bem distante de sua estrela-mãe, numa região onde os objetos são compostos basicamente por gelo sujo. "E os cometas nem sempre apresentam comas", lembra Holman. "As comas surgem quando o cometa se aproxima do Sol e seu material começa a sublimar."
Imagem liberada pela NASA do objeto A-2017-U1
Imagem liberada pela NASA do objeto A/2017 U1. Créditos: NASA
A/2017 U1 está traçando uma rota praticamente perpendicular a eclíptica - plano orbitado pelos oito planetas do nosso sistema. 
O estranho objeto cruzou o plano no dia 2 de setembro, passando por dentro da órbita de Mercúrio, e depois fez sua máxima aproximação com o Sol.
No dia 14 de outubro, A/2017 U1 fez sua máxima aproximação com a Terra, chegando a 24 milhões de quilômetros da superfície - o equivalente a 60 vezes a distância da Lua.
Depois da "estilingada gravitacional" ocorrida durante sua passagem próxima do Sol, ele acelerou ainda mais! O objeto está agora rumo ao espaço interestelar numa velocidade aproximada de 156.400 km/h, na direção da constelação de Pegasus.
Por se tratar do provável primeiro objeto interestelar já detectado, a União Astronômica Internacional deverá estabelecer uma nova regra de nomeação. Até lá, continuaremos chamando-o de A/2017 U1.
Sendo esse visitante um objeto interestelar, provavelmente existem muitos outros fazendo algo parecido neste exato momento... Então como fazemos para detectá-los com mais facilidade? E mais: "por ter se formado (provavelmente) em outro sistema estelar, sua composição poderia ser relativamente diferente?"... E se a panspermia estiver correta, a vida de um sistema poderia estar sendo semeada não apenas entre seus planetas, como também em outras estrelas?...
Imagens: (capa-ilustração) / NASA / Brooks Bays SOEST Publication Services / UH Institute for Astronomy

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